Abaixo segue a transcrição do poema "Exerço meu direito".
O poema foi gravado e em breve será postado em forma de vídeo - Que será adicionado aqui.
Exerço meu direito
Exerço meu direito de ser idiota sempre ou mesmo de vez em quando
Exerço meu direito de gostar muito de pouca gente e de gostar pouco de um número maior ainda
Exerço meu direito de ser infeliz, mesmo me abrindo para a felicidade que se mostra nas coisas mais ridículas de meu cotidiano
Exerço meu direito de não considerar meu cotidiano tão ridículo assim
Exerço meu direito de não rir pra você
Exerço meu direito de te conhecer melhor e não gostar daquilo que a mim se revela
Exerço meu direito de fingir sempre que se faz necessário
Exerço meu direito de não querer dar explicações
Exerço meu direito de não querer família e amigos todos os dias todas as horas
Exerço meu direito de reconhecer que sem família e amigos na vida nada feito ou muito pouco
Exerço meu direito de não querer trabalhar hoje nem dia nenhum e ainda assim gostar do meu trabalho
Exerço meu direito de não querer sufocar meu grito, mesmo sabendo que a placa diz: é proibido gritar
Exerço meu direito de desejar morfina para dissimular todas as minhas dores
Exerço meu direito de me mascarar em apenas uma parte do dia
Exerço meu direito de não me achar feia nem em dias de extrema violência
Exerço meu direito de não alisar cabelo e de não massacrar com progressivas minhas ideias
Exerço meu direito de não me render a toda e qualquer tecnologia: ei, aí pode? não aqui Ipod não
Exerço meu direito de não querer transar com qualquer um
Exerço meu direito de achar homem bonito sem significar que quero dar pra ele
Exerço meu direito de não querer ter filhos mesmo sendo pega, vez em quando, distraída, a imaginar uma criança agarrada na barra de minha saia
Exerço meu direito de não usar saia.
(Jussara Santos)
Para reproduções do poema, favor entrar em contato com a autora através do link no site.